quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Dúvidas e questões

Estava para aqui a pensar sobre o que é que devia escrever hoje. Sobre a turbulência que está o meu cérebro ou sobre a inercia que tem o meu corpo. Sobre a minha falta de atitude ou o meu excesso de desânimo. Sobre o cansaço ou a frustração. Poderia continuar eternamente a fomentar estas duvidas e nunca teria uma resposta capaz e cabal. Nunca somos donos da verdade, portanto para sempre teremos duvidas. Das mais básicas às mais elaboradas, duvidas parvas e duvidas inteligentes, duvidas que nos fazem evoluir, aprender e duvidas que nos embrutecem. Duvidas... E depois cabe-nos a nós decidir se deixamos que as duvidas nos dominem... Então e as verdades absolutas? E a dúvida metódica? Já duvido se deva começar aqui a filosofar, quem sou eu para duvidar de Descartes... Ainda por cima quando estou mais numa onda de "Só sei que nada sei".

Só sei que nada escrevo... Só sei que tudo sinto... Só sei que não estou a conseguir manter-me nos eixos, sinto-me descarrilar, estou a deixar-me afectar demasiado pelas coisas e não queria que isso acontecesse. Se antes o trabalho era o meu escape, ultimamente isso parece não resultar. Por vários motivos, porque ando muito cansada, cada vez tenho mais trabalho e parece que menos tempo, cada vez há mais coisas para fazer, cada vez há menos reconhecimento, cada vez há mais stress... e depois há o António, todos os cantos daquele edifício, por um motivo ou por outro, conseguem evocar uma lembrança, um momento, um sorriso, um choro... Não é que isso seja sempre mau... já que só posso ter as lembranças... aquelas que não quero esquecer...

Não posso dizer que tenha andado (muito) deprimida ultimamente, mas mantenho os meus momentos. Mantenho aqueles momentos parvos em que amuo, às vezes nem eu percebo bem porquê, aqueles em que fico triste por alguma coisa que só eu percebo, e as outras pessoas não percebem o que se passa e ficam à toa, aqueles em que me apetece chorar e sinto os olhos marejados de lágrimas, aqueles em que me apetece gritar mas não grito. Hoje foi difícil manter um pensamento positivo, não consegui (de todo) controlar a questão da atitude e estou cansada.

Tão cansada, cansada de tudo. Cansada de estragar todos os momentos que podiam ser bons, cansada de ser eu, cansada de ser assim. Será que já não há volta a dar? Será que nunca vou conseguir ultrapassar esta fase? Será que vale a pena continuar a lutar? Não será melhor desistir? Não será melhor render-me às evidências e ver que não tenho forças suficientes para voltar a ser a impulsiva apaixonada pela vida que quase sempre fui? Estava decidida a acreditar em mim, em esforçar-me, mas faço isso e qual é o resultado? Um dia bom numa semana? Dois? Será que vale a pena o esforço?

Espanto-me como as pessoas têm paciência para me aturar, quando nem eu mesma tenho... porque tenho esta raiva toda dentro de mim e a uso contra mim, porque não expludo como fazia antes? Devia fazer algum tipo de exercício que me permitisse soltar toda esta raiva mas não tenho tempo, muito menos tenho vontade e sinto-me cansada demais para isso...

Mas se não vou desistir tenho de fazer mais alguma coisa, o que tenho feito até agora não está a ser o suficiente... falta-me a vontade...

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