Por incrível que pareça hoje já me apeteceu partir a casa toda, bater com a cabeça nas paredes, gritar, berrar, chorar. Chorar muito. E no fim?
No fim vem aquela calma de quem não tem mais reacção. No fim vem aquela falta de vida, de quem já morreu por dentro e não tem nada para oferecer. No fim vem a cara molhada e o olhar mortiço de quem não se consegue mexer.
E para quê? Para nada!E porquê? Por tudo!
E agora? Agora, não sei...
Agora, luto para encontrar dentro de mim uma réstia de força que me ajude a enxugar este mar de lágrimas, a desligar o computador, levantar-me da cama e preparar um miraculoso banho que me faça esquecer tudo e todos. Não consigo, é estúpido, eu sei!
Saber que me vou sentir melhor quando começar a reagir, que as coisas vão parecer bem melhores depois do banho, do café, do cigarro e do almoço e não me conseguir mexer.
Para ajudar à festa, como acontece sempre que choro muito, dói-me a cabeça. Vá lá, desta vez não vomitei, menos mal.
Queria tanto ter forças... Queria tanto já estar naquela banheira a fazer desaparecer todas estas mágoas estúpidas, parvas e infantis... Queria tanto limpar o corpo e alma e poder voltar a sentir-me alegre e cheia de vida...
Por incrível que pareça só são duas e meia da tarde, pelos vistos o dia hoje promete...
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