domingo, 21 de março de 2010

Suba o pano

[Sobe o pano]

Escorriam-lhe pelos traços...
[uma luz intensa sobre o rosto]
Conseguia sentir-lhes o frio
Quando tocavam os bordos esmorecidos dos beiços
Aquele leve salgado, aquele sabor gentio

Depois do estampido
(conseguiu!) A doce metamorfose
Lá, debaixo do olhar túmido
Em breves instantes sentiu

Do frio se fez quente,
Na diérese de um ditongo (AI!)
Do salgado ao ferrugíneo,
Do translúcido ao vermelho ardente

[BANG!]
Depois do estampido,
Um pequeno zumbido
[Escuridão]
Das trevas se fez luz,
Das feridas saiu pus

[Desce o pano]

2 comentários:

ProTrunks disse...

Este poema está inacreditavelmente bom!! Tem uma mensagem forte, discurso eloquente e uma leitura bastante melodiosa!

Acho que foi o teu melhor poema, amiga!! PARABÉNS!! :D

Beijocas doces

Mãe Jo disse...

Ainda bem que gostaste amigo :)

Parece-me que desta vez consegui escrever exactamente aquilo que tinha em mente e como vês lembrei-me de ti e consegui incluir algumas rimas lol

Beijinhos