sexta-feira, 10 de julho de 2009

Na noite...

Olhava-se no espelho, estava pálida. Já tinha repetido mentalmente aquele discurso vezes sem conta e continuava com a certeza de que desta vez ia conseguir. Desta vez ia conseguir dizer tudo o que lhe ia na alma, dizer tudo o que sentia. Expressar-se de forma perceptível, que não deixasse margem para duvidas.
Enquanto saia de casa e entrava no carro, preparava-se mentalmente para o que se iria passar. Mas nada a conseguiria preparar para o que aí vinha. Nada!
Não conseguia articular palavras coerentes, todas as frases objectivas que expressavam os seus sentimentos e desejos foram esquecidas. O choro e o vómito premente era só nisso que pensava, tinha de se controlar. Chorar ainda vá, mas vomitar nunca. Usou de todo o auto controlo que possuía mas não foi suficiente, o seu estômago foi mais teimoso. Não conseguia respirar, não sentia as pernas. Não sabia o que fazer. Quando tudo passou, uma coisa ficou. Acabou...

Ainda não consegue acreditar mas agora que a saudade é mais forte anseia por um abraço, um doce acalmar desta maré de duvidas e desconfianças. E na noite procura um sinal...

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