sexta-feira, 10 de julho de 2009

O verdadeiro amor

Hoje de manhã bateram-me à porta. Era uma senhora já com uma certa idade, muito simpática e que questionou se faltava muito para o 6º andar. Eu moro no 3º e disse à senhora que ainda tinha de subir mais três andares para chegar ao piso que pretendia. A senhora responde-me: Mas o sexto é depois do oitavo? Surpreendeu-me o facto de como me afectou o grau de confusão desta senhora, rezando para que a sua confusão se resumisse a não saber ler e o botão 6 no elevador estar virado ao contrário e parecer um 9, lá lhe indiquei qual era o botão em que tinha de carregar para chegar ao sexto andar e voltei para casa. Mas não conseguia parar de pensar será que deveria ter acompanhado a senhora até ao seu destino, será que a sua confusão eram mesmo só os botões trocados no elevador ou será que era algo mais grave? Depois não consegui deixar de pensar o quão horrivel deve ser estar naquela situação. Senti-me bastante mal com tudo isto e lembrei-me de uma história que li há algum tempo sobre o verdadeiro amor (penso que de um livro chamado Além do que se ouve):

"Conta-se que um senhor idoso chegou a um consultório médico para fazer um curativo em sua mão, que apresentava um corte profundo. Demonstrando estar muito apressado, solicitou urgência no atendimento, pois tinha um compromisso.

O médico que o atendia, curioso, perguntou ao paciente o que tinha de tão urgente para fazer. O simpático velhinho disse-lhe que todas as tardes visita sua esposa que estava em um abrigo para idosos, com mal de Alzheimer em estágio muito avançado.
O médico, muito preocupado com o atraso no atendimento disse:
- Então hoje ela ficará muito preocupada com sua demora?
Ao que o senhor respondeu:
- Não, ela já não sabe quem eu sou. Há quase cinco anos não me reconhece mais.
Então o médico questionou aquele ancião:
- Mas então porque a necessidade de estar com ela todas as manhãs, se ela já não o reconhece mais?
O velhinho deu um sorriso sereno e, batendo de leve no ombro do médico, respondeu:
- Ela não sabe quem sou. Mas eu sei muito bem quem ela é!
O médico teve de segurar suas lágrimas enquanto pensava…
…É esse o tipo de amor que quero para minha vida.

O verdadeiro amor não se resume ao físico, nem ao romântico. O verdadeiro amor é a aceitação de tudo o que o outro é…

De tudo que foi um dia… Do que será amanhã… E do que já não é mais!"

Afortunados aqueles que encontrarem um amor assim na sua vida. Que em todos os momentos lhe dê a mão e diga, estou aqui. Estou contigo...

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